sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SEJA UM ELEITOR “FICHA-LIMPA”!



A política no Brasil é organizada pelo regime democrático e isso confere aos cidadãos plenos direitos de escolherem seus representantes, sabendo-se que se elege aquele que consegue mais de 50% da aprovação da população.

Diante dos escândalos que não cessam de ocorrer na política brasileira como desvios, corrupção, imoralidades etc., os cidadãos de modo geral vivem a descrença nos políticos e conseqüentemente desprezam o verdadeiro valor da política.

Embora o ideal de governante pensado por Platão (séc. IV a.C) - de que somente o filósofo-político tinha as qualidades para reger a pólis e isso após uma educação intelectual e moral para a prática do bem-comum - seja difícil de encontrar, o cidadão não pode deixar de procurar aquele que mais se assemelhe ao governante ideal, pois, certamente, no meio de tantos joios é possível encontrar trigos.
Infelizmente a política é tristemente maculada pela própria ação de muitos dos seus integrantes. O discurso é belo, as idéias são boas, porém, na prática é pouco perceptível um trabalho que é prestado tão somente para o povo, tendo em vista os preceitos de proteção à dignidade da pessoa e da vida humana.

Sabe-se também que é característica do jogo político, a compra e venda de votos às vésperas das eleições, porém, são desmentidos perante as acusações. O fato é que o político desonesto não precisa de esforço para comprar voto, pois, em muitos casos é o próprio cidadão que faz a proposta. Agora mudamos a proposição e o sujeito da ação que não é mais: “O político compra o voto do eleitor”, mas, “O eleitor vende seu voto para o político”.

Agora, mais claramente, percebe-se que há muitos eleitores que compactuam com essa atitude inaceitável, visando benefícios financeiros que os impedem de perceberem as reais conseqüências de suas escolhas e do risco que podem colocar a sociedade, elegendo pessoas sem as qualidades devidas para exercer ofício no governo. Por isso, não basta somente que o candidato seja ficha-limpa, mas que o eleitor também o seja, de maneira responsável e livre.

Ao votar, o cidadão não pode esquecer que vive em sociedade e, por este motivo, é necessário que sua escolha seja para o bem da sociedade e não de si próprio. Para ajudar, na sua análise crítica, para a escolha do seu representante apresento alguns princípios que estão na Cartilha assinada pelo Conselho Nacional dos Leigos do Brasil e pelas Pastorais Sociais ligadas à CNBB e que são mencionados por Dom Canísio Klaus:

• Examinar as idéias e os valores que o candidato defende;
• Examinar os projetos do candidato e confrontar com os projetos do partido ao qual ele está filiado;
• Votar em candidatos cujas propostas defendam a dignidade da pessoa humana e da vida. Projetos que ajudem a construir a cultura da paz;
• Escolher candidatos comprometidos com a diminuição do desemprego, com programas de apóio às famílias de baixa renda e com a questão ecológica;
• Candidatos que incluem em seus programas o cuidado com a infância, o combate à prostituição infantil, a educação escolar de qualidade, os direitos dos idosos.

Estes foram alguns critérios norteadores para ajudar a definir seu voto. Vote consciente e lembre-se: “Todo cidadão tem o direito de votar, da mesma forma que tem o dever e obrigação de votar bem”, pois está em jogo o futuro de nossa nação.

Para finalizar, gostaria de expressar as recomendações de São Paulo, quando escreve sua primeira carta a Timóteo: “Recomendo, pois, antes de tudo, que se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens, pelos reis e todos os que detêm autoridade, a fim de que levemos uma vida calma e serena com toda a piedade e dignidade” (2,1-2). Portanto, caríssimo leitor, seja elevado a Deus, orações pelas nossas autoridades para que tenham sabedoria, discernimento e temperança em suas decisões visando o bem comum e a dignidade da pessoa humana.


Seminarista Joel T. Araújo
1° Ano de Teologia
Memória de Santa Terezinha do Menino Jesus
Quixadá-CE
01-10-10


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