sexta-feira, 13 de agosto de 2010

VOCAÇÃO PARA O AMOR (por Joel Teixeira)



O mês de agosto é dedicado às vocações, por isso, a oração da igreja se direciona de maneira especial a todos aqueles que, atendendo ao chamado de Deus Pai, sentem em seus corações a necessidade de segui-Lo e servi-Lo para que Seu reino seja erguido, alicerçado em Jesus Cristo.

Afinal, feliz é todo aquele que constrói sua casa sobre a rocha, pois terá a certeza de que as ventanias não poderão derrubá-la. Do mesmo modo, se construirmos nossa vida em Cristo teremos a convicção de que as dificuldades e tribulações não nos impedirão de viver a nossa verdadeira experiência cristã.
A vocação é dom gratuito de Deus, não a merecemos, entretanto, Ele nos concede para que nos tornemos Sua imagem e semelhança, dessa maneira, se Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, somos chamados para viver a maior das vocações: o Amor; “porque Deus é Amor” (1Jo 4,8b).

Em sua Carta Encíclica “Deus Caritas Est”, o Papa Bento XVI reforça a importância do Amor na vida do cristão que vive na igreja em comunidade, pois, o amor não existe no homem fechado para si mesmo, mas para uma relação com Deus e com o próximo. Esta capacidade de amar nos é dada através do batismo quando recebemos o Espírito Santo que nos une a Deus por meio de Jesus Cristo. Pois, é o próprio Cristo que afirma: “quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9). Assim, se aprendemos de Cristo a viver o amor não precisamos pedir como Filipe: “mostra-nos o Pai e isso nos basta” (Jo 14,8). Pois, em Cristo nós já O vemos.

Na introdução de sua Carta Encíclica, acima mencionada, o Sumo Pontífice faz a seguinte afirmação: “No início do ser cristão não há uma decisão ética ou uma grande idéia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, assim, o rumo decisivo”. Esta Pessoa a qual o Bispo de Roma se refere é o próprio Cristo, portanto, fazer o encontro com Cristo é experimentar do Amor com que Ele nos ama, é entrar no Seu mistério.

O encontro com Cristo nos atrai de tal forma que sentimos a necessidade de segui-lo, porém, para que isto aconteça é preciso que atendamos à sua condição: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me” (Lc 9, 23). Percebe-se que para seguir a Cristo é fundamental que deixemos o nosso egoísmo, as coisas que nos prendem e nos impedem de fazer a experiência com Sua Pessoa, é preciso renunciar a nós mesmos, tomarmos a nossa cruz para que possamos experimentar do Amor e aprender do Amor a amar.

Assim, precisamos exercitar a vocação para a qual somos chamados e só podemos exercitá-la na cruz que carregamos, pois, a condição vocacional que escolhemos viver para servir a Deus só pode ser completa se fizermos o encontro com a pessoa de Cristo, posto que, é Ele que nos conduz ao Deus Amor. É Cristo que reza ao Pai: “Eu lhes dei a conhecer o teu nome e lhes darei a conhecê-lo, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles” (Jo 17, 26).

Rezemos, portanto, por todos os sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, enfim, toda a igreja, povo de Deus, para que, sob a luz do Espírito Santo experimente a alegria de viver a vocação para o Amor a qual Deus chama.

Seminarista Joel Teixeira Araujo
Diocese de Brejo, 1° ano de Teologia
Quixadá –CE, 11/08/2010

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